G1
Pais de crianças que foram em busca de atendimento na segunda-feira (28) e nesta terça-feira (29) no Hospital Municipal de Santarém, no oeste do Pará, enfrentaram dificuldades para receber atendimento. De acordo com eles, não tem pediatra de plantão na unidade para consultar as crianças.
Nayara Santos da Silva relatou que buscou atendimento na unidade na manhã de segunda para o filho que estava com febre e náuseas, mas até as 16h do mesmo dia não havia recebido atendimento. Ela disse que foi comunicada que não havia pediatra no hospital. “Cheguei, o médico estava atendendo. Ele não quis atender meu filho nem os outros. Ele atendeu só um caso. Quem passou medicação pro meu filho foi uma técnica em enfermagem e ele [médico] falou que não ia atender e foi embora e não atendeu”, denunciou.
Muitos pais desistiram da consulta por causa da demora. A equipe de reportagem da TV Tapajós chegou a conversar com um casal, no momento em que eles deixavam a unidade desesperados com um bebê de 7 meses, e reclamando da falta de atendimento. “Eu perguntei se eles podiam ao menos passar um remédio pra febre, mas disseram que não podem receitar nada porque são enfermeiros. A criança vai com 38 graus pra casa aí dá uma confusão e passa mal, aí não fazem nada”, cobrou a dona de casa, Adriane Galvão. (Veja ao lado a reportagem exibida no JT 2ª ED na segunda-feira)
Hospital Municipal em Santarém, no oeste do Pará (Foto: Adonias Silva/G1)
Carência de pediatras
Em entrevista a TV Tapajós nesta terça-feira (29), o diretor do HMS, Glayton Rodrigues, esclareceu que os pediatras não ficam na porta de urgência e emergência na unidade, quem fica é apenas o clínico geral, que também é habilitado para o atendimento de crianças.
Rodrigues ressaltou que a cidade atualmente conta com apenas 12 médicos pediatras e a empresa terceirizada está enfrentando dificuldades para fechar a escala. “A maioria passou em residências. Os médicos estão indo embora de nossa cidade para fazer residência médica fora. A gestão está se mobilizando em busca de novos profissionais (...). Está carente a especialidade de pediatria”.
Sobre as denúncias de que os clínicos gerais não estariam realizando atendimentos, a direção enfatizou que se isso estiver ocorrendo as medidas administrativas necessárias serão adotadas.
Nota empresa terceirizada
A empresa EMED – Sociedade dos Médicos do Oeste do Pará Ltda. – EPP, através da sua representação jurídica, informa que as escalas de plantão do mês de Março de 2016 não foram preenchidas ante a escassez de profissionais no mercado disponíveis para prestar esse serviço. A dificuldade é agravada por carências existentes na estrutura fornecida pelo Hospital Municipal de Santarém, como o baixo valor pago pelo plantão e a falta de insumos, o que desestimula outros profissionais a trabalhar no nosso Município. Além disso, nessa época do ano ocorre a divulgação dos resultados das aprovações nos exames de residência médica e início das aulas em diversos locais do Brasil. Assim, como a grande maioria do nosso quadro de profissionais é formada por recém-egressos, muitos deles realizaram candidaturas em cursos de residência médica e necessitam iniciar seus estudos.
Acreditamos que a situação será regularizada por completo apenas em Maio, quando haverá tempo hábil para inserir nas atividades da empresa os profissionais formados em uma nova turma. Independente disso, a gestão da EMED não está olvidando nenhum esforço para encontrar profissionais que possam cobrir os plantões deixados em aberto, fazendo contato com colegas que estejam em outros Municípios, além da divulgação de chamadas de emprego em jornais de grande circulação nas capitais próximas (Manaus e Belém) e através de web sites com abrangência nacional.
A direção da empresa está à disposição da sociedade e da Administração Pública para em conjunto discutirmos e encontrarmos alguma solução para esse problema, por entendermos a essencialidade dos serviços prestados pela nossa empresa.
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