Pular para o conteúdo principal

Quem é Michel Temer? Confira um breve histórico da vida do vice-presidente da República

Conciliador, 'charmosão' e 'mordomo de filme de terror': afinal, quem é Michel Temer

Thiago Guimarães - BBC Brasil em Londres

Michel Temer: vice-presidente lidera rebelião na base governista, diante da maior recessão econômica em décadas, um escândalo de corrupção nacional e um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff

Ele já foi chamado de "charmosão" a "mordomo de filme de terror". Escreve poemas em guardanapos e já foi descrito como um professor "bonzinho" que não cobra presença dos alunos. Passa raspando por escândalos e até nas urnas, mas lidera o partido que, mesmo sem disputar uma eleição presidencial há mais de 20 anos, é o mais presente no governo federal desde a redemocratização – e agora tem chances reais de comandar o país.

Até dezembro de 2015, prevalecia a imagem cultivada por Michel Temer em 34 anos de vida pública – e alimentada por amigos e aliados: a do político "ponderado", "formal", "conciliador", "tranquilo". A crise política, contudo, revelou aspectos diferentes da persona política do vice-presidente da República e a necessidade de se entender quem é, afinal, o político conhecido como esfinge do PMDB.

O jogo mudou na já histórica carta-desabafo dirigida à Dilma Rousseff seis dias após a abertura do processo de impeachment. No texto, em tom sentimental, ele lamenta a condição de "vice decorativo" e diz ser alvo de "desconfiança" e "menosprezo" do governo.

Se até então o peemedebista avançava casa a casa no xadrez do poder, o episódio foi um ponto fora da curva que marcou o afastamento de Temer do governo – e mostrou outra nuance da personalidade do vice-presidente.

Dilma e Temer em campanha no interior de São Paulo em setembro de 2014; pouco mais de um ano depois, vice escreveria carta que marcou rompimento com governo

Criticado até dentro do PMDB pela carta, considerada por alguns "infantil" e "primária", em 2016, Temer parece ter seguido a lição de seus próprios versos, como os do poema "Exposição", publicado no livro Anônima Intimidade (2013).

"Escrever é expor-se / revelar sua capacidade / ou incapacidade / E sua intimidade / Nas linhas e entrelinhas / Não teria sido mais útil silenciar?"

Retomou a atitude fria do político que acumulou prestígio atuando das portas dos gabinetes para dentro e se lançou na articulação do desembarque do PMDB do governo.

Origens

Em Btaaboura, vilarejo de 200 habitantes no norte do Líbano, a principal rua leva o nome de "Michel Tamer (sic), vice-presidente do Brasil".

A família de Temer, de católicos maronitas, emigrou para o Brasil em 1925, fugindo dos problemas do pós-guerra. Comprou uma chácara em Tietê (SP), cidade de 40 mil habitantes entre Sorocaba e Piracicaba, e instalou uma máquina de beneficiamento de arroz e café.

Caçula temporão de oito irmãos, Temer nasceu e foi criado na área rural. Quando criança, passava férias na capital e era arrebatado pela metrópole. "Tinha a sensação que o mundo era São Paulo", disse certa vez.

No primeiro ano colegial, ainda em Tietê, o adolescente ficou em recuperação (segunda época) em química e física e desistiu do chamado curso científico, que privilegiava ciências exatas e biológicas.

Em 1957, aos 16 anos, chegou a São Paulo, desta vez para terminar o colegial no curso clássico, com ênfase em humanas e letras. Fez o cursinho do professor Castelões, famoso preparatório para Direito, e ingressou na USP, seguindo o caminho de quatro irmãos mais velhos.

Temer (segundo da dir. para esq.) nos tempos da Faculdade de Direito da USP: ênfase na política estudantil

Envolveu-se com política logo no primeiro ano de universidade, quando se tornou segundo-tesoureiro do Centro Acadêmico 11 de Agosto. Prevalecia à época no movimento estudantil uma onda nacionalista, inspirada pela revolução cubana de Fidel Castro e o princípio da autodeterminação dos povos, mas a faculdade do Largo São Francisco mantinha a tendência liberal.

Em 1962, já em meio ao clima que culminaria dois anos depois no golpe que depôs João Goulart, Temer foi candidato a presidente do CA – perdeu por 82 votos, mas inoculou-se do gosto pela política, que ficaria dormente durante a ditadura militar.

"Confesso que durante a faculdade fiz muita política acadêmica, então sobrava pouco tempo para estudar, embora estudasse para não ser reprovado", disse Temer em vídeo publicado em seu canal no YouTube.

Temer na formatura em direito, em 1964

Academia e governo

Neutro diante do golpe (não apoiou nem combateu a mudança de governo), Temer passou o regime militar longe da vida política. Montou um escritório de advocacia e começou a dar aulas de Direito na PUC-SP.

Como professor, costumava dizer no primeiro dia de aulas que todos estavam aprovados. "Vamos combinar o seguinte: não tem lista de presença, vocês estão aprovados. Quem quiser frequenta a aula. Até se vocês não vierem, facilitam minha vida, porque vou ao escritório mais cedo trabalhar na advocacia", afirmava.

No mestrado que coordenava na PUC, teve alunos que viriam a se tornar ministros do Supremo Tribunal Federal, como Luiz Edson Fachin e Carlos Ayres Britto.

Temer em evento acadêmico em 1982, ano da publicação de seu principal livro de direito

"Ele sempre foi sereno e conciliador por natureza", disse Ayres Britto à BBC Brasil. "Tem uma vocação acadêmica muito forte, e nunca pensei que fosse incursionar pelo campo da política partidária."

Em 1982, lançou Elementos de Direito Constitucional, livro que vendeu mais de 240 mil cópias, está na 24ª edição e até hoje é referência nas universidades.

"É uma obra bem primária, mas com valor didático. Não é inovadora. (Temer) não é considerado um grande teórico, mas um grande expositor", avalia o jurista Dalmo Dallari, professor emérito da USP e crítico ao impeachment de Dilma.

No mesmo ano da publicação do livro, Temer foi convidado pelo governador eleito Franco Montoro, do recém-fundado PMDB, a assumir a Procuradoria-Geral do Estado. Montoro tinha sido professor da PUC e ambos haviam convivido na faculdade.

Era seu primeiro cargo público de relevo. "Eu tinha 41 anos e achava o máximo para a minha carreira ter mil procuradores sob meu comando", disse Temer em 2010 à revista Piauí.

Meses depois, Michel Temer assumiria a Secretaria de Segurança Pública do Estado, substituindo o advogado José Carlos Dias, quem justamente havia sugerido Temer para a Procuradoria do Estado.

Eram tempos de redemocratização e agitação social, e a gestão ficou marcada por episódios em que o secretário negociou pessoalmente o fim de invasões de prédios públicos por estudantes e militantes sem-teto. Como realizações do período, ele costuma citar a criação das primeiras delegacias de defesa da mulher e de direitos autorais do país.

"Eu não conhecia nada, não tinha contatos", disse Temer em entrevista de 2010 sobre o primeiro período à frente da segurança pública em São Paulo

Em inauguração em 1985, ainda na primeira gestão como secretário de Segurança Pública de SP

Eleições

Por sugestão de Montoro, Temer candidatou-se a deputado federal pelo PMDB em 1986. Com 43.747 votos, ficou como suplente, mas assumiu o cargo no ano seguinte e participou da Assembleia Constituinte.

Naquelas discussões, opôs-se à emenda popular da reforma agrária ("permitiria a desapropriação indiscriminada de terras") e ao voto aos 16 anos – algo que, segundo ele, abriria margem para reduzir a maioridade penal. Ajudou a aprovar projetos como o dos juizados de pequenas causas, do Código de Defesa do Consumidor e a extensão do voto a cabos e soldados.

Em entrevista em 1988, durante a Assembleia Constituinte: voto contra reforma agrária e voto aos 16 anos, ação por juizados especiais e código do consumidor

Em 1990, em outra candidatura à Câmara dos Deputados, saiu com 32.024 votos e uma nova suplência. Logo seria convidado a "apagar um incêndio", algo que se repetiria ao longo da carreira política.

Em outubro de 1992, assumiu novamente a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, desta vez por convite de Luiz Antônio Fleury Filho (à época no PMDB), uma semana após o massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos pela Polícia Militar.

"É organizado. Delegava para pessoas de absoluta confiança. Nada escapava dele e tomava providências", disse à BBC Paulo de Tarso Mendonça, que foi adjunto de Temer na pasta.

Ao final da passagem pela secretaria, assumiu o mandato de deputado federal. Seria reeleito em 1994, com 70.968 votos, e multiplicaria a votação nos pleitos seguintes: 206.154 em 1998, 252.229 em 2002.

Na segunda passagem pela pasta da segurança em SP, criou Delegacias de Defesa da Mulher, que se tornaram marca da gestão

Anos tucanos

Os anos do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) foram o auge de Temer nas urnas para eleições legislativas - em 2006, sua última eleição ao Congresso, obteve 99 mil votos e só entrou pelas sobras do quociente eleitoral. Também marcaram sua rápida ascensão dentro do PMDB.

Eleito líder do partido duas vezes, chegou à Presidência da Câmara pela primeira vez em 1997, com apoio do governo FHC, costurado mediante promessa dos votos de parte do PMDB à emenda da reeleição. Arranjo parecido se deu em sua segunda eleição ao comando da Casa, que se deu após o PMDB apoiar informalmente a reeleição de FHC.

No primeiro dos quatro volumes do livro Diários da Presidência, lançado em 2015 e que reúne relatos de Fernando Henrique Cardoso sobre os dois primeiros anos de seu governo (1995-1996), o ex-presidente reclama do "toma lá, dá cá" com o Congresso e demonstra desconforto com a ação do então deputado federal durante a discussão da reforma administrativa.

"E para ser mais solidário com o governo, ele (Temer) quer também alguma achega pessoal nessa questão de nomeações. É sempre assim. Temer é dos mais discretos, mas eles não escapam. Todos têm, naturalmente, seus interesses", relata FHC no livro.

Comumente descrito por aliados como "sereno', "tranquilo" e "conciliador", Temer teve raras rusgas políticas em público. Uma delas foi em 1999, quando entrou em rota de colisão com o então presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (então no PFL, atual DEM), por divergências em torno da reforma do Judiciário.

Michel Temer com Antônio Carlos Magalhães (primeiro à esq.) e Fernando Henrique Cardoso, durante os anos da gestão do PSDB no Planalto

No bate-boca, que chegou a paralisar o Congresso, ACM disse que Temer tinha "pose de mordomo de filme de terror" e insinuou o envolvimento do colega em irregularidades no Porto de Santos, para o qual o peemedebista havia feito indicações políticas. "Quem atravessou a praça dos Três Poderes para pedir ao presidente da República que ajudasse um banco falido não fui eu", rebateu Temer, em referência à ação de ACM em favor do hoje extinto Banco Econômico.

Desde 2001, Temer articula um amplo leque de interesses e líderes regionais como presidente nacional do PMDB – o maior partido do país, com 69 deputados federais, 18 senadores, 996 prefeitos e sete governadores (RO, RJ, RS, AL, SE, ES e TO), de Estados que somam 23% do PIB nacional.

Na eleição de 2002, Temer endossou o apoio do PMDB à candidatura presidencial de José Serra (PSDB), e chegou a ser cogitado para ser vice da chapa – posto que acabou com Rita Camata. No primeiro governo Luiz Inácio Lula da Silva, manteve-se no grupo do PMDB da Câmara identificado como oposição, enquanto Lula apostava no PMDB do Senado, de Renan Calheiros e José Sarney.

Anos petistas

Os primeiros anos da era Lula foram magros para Temer. Distanciou-se do centro do poder em Brasília, perdeu cargos na Mesa Diretora da Câmara e indicações em estatais. Em 2004, candidatou-se à vice-prefeito de Luiza Erundina e a chapa amargou um quarto lugar, com 4% dos votos.

O cenário começou a mudar em 2005-06, após a maior crise do governo Lula, a do mensalão, esquema ilegal de financiamento político organizado pelo PT para garantir votos no Congresso. O PMDB negociou apoio ao presidente e passou a integrar formalmente o governo em 2007, ampliando sua fatia em ministérios e estatais.

Em acordo semelhante ao fechado com o PSDB nos anos FHC, o PMDB defendeu a eleição do PT à Presidência da Câmara no biênio 2007-2009, em troca do poder no período seguinte – em 2009, Temer assumiu a direção da Casa pela terceira vez.

Naquele mesmo ano, Temer foi citado na operação Castelo de Areia, que investigou um suposto esquema de financiamento político ilegal pela construtora Camargo Corrêa – hoje envolvida na operação Lava Jato.

Na terceira passagem pela presidência da Câmara dos Deputados, Michel Temer, em foto de 2009 com o príncipe Charles da Inglaterra, foi aliado de primeira mão da gestão do PT no Planalto

O nome do peemedebista apareceu em um documento com 54 planilhas, apreendido na casa de um executivo da construtora, que sugeriria uma contabilidade paralela da empresa. Era citado 21 vezes, entre 1996 e 1998, ao lado de quantias que somavam US$ 345 mil (R$ 1,2 milhão, em valores de hoje).

A operação acabou anulada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) por irregularidades na coleta de provas, e Temer sempre rechaçou as suspeitas.

Recentemente, o senador Delcídio do Amaral (ex-PT, sem partido) implicou o vice-presidente em delação premiada dentro das investigações da operação Lava Jato. Disse que Temer teve participação direta na indicação de dois executivos da Petrobras que acabaram presos por desvios na estatal – o peemedebista se disse "indignado" e negou as afirmações.

No Planalto

Em 2010, Temer foi convocado mais uma vez ao papel de bombeiro: desta vez para garantir a estabilidade do sistema político como vice na chapa de Dilma Rousseff. O deputado unia em torno de si um partido historicamente dividido, e com um discurso que buscava superar a fama de fisiologismo da sigla.

"Antigamente o PMDB entrava na eleição dividido para depois negociar apoio ao governo eleito, por isso era chamado de fisiologista pela imprensa. Mas isso acabou. Estamos entrando na campanha juntos e governaremos juntos", dizia às vésperas do anúncio da aliança na chapa.

Na campanha de 2010, Temer ficou praticamente de fora dos programas e propagandas eleitorais – apareceu no rádio e na TV apenas no segundo turno.

Na vice-presidência da República, insatisfação com papel "decorativo" e "absoluta desconfiança" de Dilma

Já como inquilino do Palácio do Jaburu, a residência oficial do vice-presidente, reforçou a discrição, segundo um ex-assessor. Recusava muitos pedidos de entrevista, mas conversava (e ainda fala) diretamente com colunistas com quem tem relação mais antiga.

"Ele leva em consideração o que o assessor fala. Nunca o vi com raiva ou perdendo a compostura, mas mostra quando está irritado. Quem conhece percebe pela fisionomia e tom de voz", disse o ex-assessor.

'Charmosão'

Aos 75 anos, Temer está no terceiro casamento, com Marcela Temer, ex-modelo e bacharel em direito de 32 anos e 1,72 metro – 2 cm a mais que o marido. Ambos possuem um filho de sete anos, Michel Temer Filho, o Michelzinho, e Marcela está grávida do segundo filho, conforme relatos publicados na imprensa no final de 2015.

O vice-presidente e a mulher se conheceram em 2002, durante a campanha eleitoral. O pai dela, um economista conhecido de políticos de Paulínia (SP), cidade de 100 mil habitantes na região de Campinas, sugeriu que fossem cumprimentar o prefeito – e o então candidato a deputado federal Temer estava por lá.

"Era um contato profissional que poderia me ajudar a dar um up na carreira (de modelo). Mas achei ele charmosão", disse Marcela numa rara entrevista de 2010 à revista TPM. Depois da eleição, o pai de Marcela sugeriu que enviasse um e-mail ao deputado eleito parabenizando-o pelo resultado.

O namoro – o primeiro de Marcela – começou logo após o primeiro encontro, quando recebeu uma ligação do deputado. "Ele começou a gritar: 'te amo', 'te amo', 'te amo'", disse Marcela na entrevista de 2010. Casaram-se quatro meses depois.

Michel e Marcela Temer na cerimônia de posse de Dilma Rousseff em 2015; relacionamento relâmpago e discrição na vida pessoal

Além de Michelzinho, Temer possui três filhas do primeiro casamento – Luciana, 46 anos, advogada, Maristela, 44 anos, e Clarissa, 42 anos, psicólogas e psicanalistas. Tem um filho de 16 anos, fruto de um relacionamento com uma jornalista de Brasília.

O vice-presidente é ainda o integrante (embora pouco ativo) mais ilustre do país da maçonaria, a instituição cercada de mistérios e códigos que já teve protagonismo político no passado, mas hoje possui finalidades basicamente filantrópicas e de relacionamento interpessoal.

Desembarque

Nos quatro anos seguintes à vitória no pleito presidencial, Temer assumiu papel coadjuvante no governo, como deixou claro na polêmica carta à Dilma. "Perdi todo protagonismo político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo. Só era chamado para resolver as votações do PMDB e as crises políticas", escreveu.

Os sinais mais nítidos de desgaste na relação com o Planalto começaram em 2013. Naquele ano, Temer bancou, contra a vontade do Planalto, a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para liderança do PMDB na Câmara. Mais tarde, após as manifestações de 2013, disse que a ideia de uma Assembleia Constituinte exclusiva para a reforma política, uma das propostas de Dilma diante dos protestos, era "inviável".

Na ocasião, o vice disse ainda acreditar que os protestos não pediam a renovação dos políticos, mas do sistema político. "Esse movimento não foi contra os políticos A, B ou C. Se fôssemos nessa linha, todos os Legislativos e Executivos tinham que sair de seus postos."

Apoio de Temer à ascensão de Eduardo Cunha na Câmara - primeiro como líder do PMDB, depois como presidente - foi fonte de desgaste com Dilma

A tensão se reduziu na campanha da reeleição em 2014. Temer subiu em palanques com Dilma pelo país e foi o primeiro a ser citado pela presidente no pronunciamento após a vitória. "Depois de ter sido um grande vice, se transformou num incansável e aguerrido militante, fervoroso militante, que andou o Brasil defendendo o nosso projeto, nossas propostas e nosso governo", afirmou Dilma.

Em 2015, diante do agravamento da crise política e econômica, PMDB e PT divergiram na eleição à Presidência da Câmara. Temer e seu partido defenderam a candidatura vencedora de Eduardo Cunha.

Meses depois, Temer ensaiou mais uma vez o papel de bombeiro. Assumiu a articulação política do governo em abril, mas deixou a função quatro meses depois, no final de agosto.

Poucas semanas antes da saída, concedeu uma inusual entrevista na qual, nervoso, disse que o país precisava de "alguém (que) tenha a capacidade de reunificar a todos". A interpretação corrente foi que o vice se lançara como alternativa política porque a alternativa do impeachment se tornara real.

Meses depois veio a carta à Dilma, cujo tom sentimental contrariava a postura do político cerebral muitas vezes classificado como esfinge - segundo o Houaiss: "pessoa enigmática, que pouco se manifesta e de quem não se sabe o que pensa ou sente".

Temer na convenção do PMDB em março que o reconduziu à presidência do partido; vice-presidente administra há 15 anos os diversos interesses regionais do maior partido do Brasil

O impeachment esfriou no começo de 2016 e Temer deu a impressão de recuo. Mas a situação de Dilma se agravou com a delação de Delcídio e as investigações sobre Lula, e Temer passou a liderar a articulação pela saída do PMDB do governo, que amplia o isolamento da gestão Dilma Rousseff e as chances de debandada de outros partidos.

"O chamado impeachment não é uma peça de país de Terceiro Mundo. A peça dos países de Terceiro, Segundo Mundo é o golpe de Estado. E nós aqui fizemos funcionar todas as nossas instituições regularmente. (...) Esse é um exemplo que ficou", dizia Temer em 1992, em referência ao caso Fernando Collor, em entrevista - regada a vinho do Porto - ao apresentador Clodovil (1937-2009).

Movido ou não pelo desejo de ocupar a cadeira de Dilma, o movimento de Temer e do PMDB nesta semana é mais um passo na engrenagem dessa peça que pode conduzi-lo, finalmente, à Presidência do Brasil.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

IMAGENS FORTES! "Rei do tráfico" é executado com tiro de fuzil na cabeça, no Paraguai

O narcotraficante e também empresário, Jorge Rafaat Toumani, foi executado com vários disparos de fuzil após cair em uma emboscada no início da noite desta quarta-feira (15), em Pedro Juan Caballero - cidade que faz fronteira com a cidade brasileira Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande. Rafaat foi condenado em 2014 por tráfico pelo juiz federal Odilon de Oliveira. Informações do jornal paraguaio ABC Color apontam que a execução ocorreu em uma rua do Centro de Pedro Juan, perto do mercado municipal da cidade. Rafaat seguia em uma Hammer blindada, porém, o veículo não suportou o calibre das munições usadas e ele acabou sendo atingido e morto no local. Seguranças que o acompanhavam reagiram, fazendo com que houvesse intenso tiroteio na região. Ainda não há número oficial de mortos e feridos, nem detalhes como ocorreu o crime que, por enquanto, acredita-se estar relacionado a disputa pelo controle do tráfico na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Equipes da Polícia Nacional do Paragu

IMAGENS FORTES! Mulher é estuprada e morta com requintes de crueldade em Airão, município do Amazonas

Foto:  A mulher estava despida da cintura para baixo e teve a cabeça esmagada por uma pedra Um crime brutal chocou os habitantes do município de Novo Airão, distante 115 km de Manaus, em linha reta, na manhã desta segunda-feira, 11. Uma mulher foi encontrada morta dentro de uma casa em construção na rua Sérvulo Nascimento, bairro Nova Esperança, completamente despida da cintura para baixo, com fortes sinais de violência sexual e que teve a cabeça esfacelada por uma pedra de uns cinco quilos. A vítima foi identificada como Inglis Viginia Ferreira dos Santos. Mas a polícia ainda aguarda a confirmação da identificação da mesma. Nenhum suspeito foi preso até o momento. Moradores da rua onde a mulher foi encontrada disseram que a casa em construção está abandonada há vários meses e que o local vem servindo para orgias de viciados em droga e de outros maus elementos do bairro.   Inglis foi encontrada morta e com indícios de estupro   Uma investigação foi iniciada por uma equipe da

IMAGENS FORTES! Jovem é assassinada e tem o rosto desfigurado pelo assassino, em Ourilandia do Norte, no Pará

Um crime com requintes de crueldade foi registrado na manhã deste domingo, 19, em Ourilandia do Norte, município paraense. Uma jovem de apenas 16 anos foi assassinada e teve seu rosto desfigurado pelo assassino. O corpo de uma adolescente foi encontrado nas matas próximo ao aeroporto de Ourilandia do Norte, sudeste paraense, às margens da PA 279. Quem encontrou o corpo foram moradores do local. De acordo com informações dos familiares, a jovem teria tido uma conversa com o namorado um dia antes do homicídio. Alguns moradores comentaram que no pulso da adolescente foi encontrado uma pulseira de um "pancadão". Isto pode indicar que a mesma tenha ido a uma festa local na noite do sábado, 18 e, posteriormente, tenha sido assassinada. A polícia trabalha com todas as linhas de investigações, mas pretende ouvir primeiramente o ex-namorado, pois há a suspeita de crime passional. Até o fechamento da matéria ele ainda não havia sido encontrado para prestar esclarecimentos. Fonte:

Imagens fortes! Corpo de jovem de 16 anos é encontrado nu e em estado de decomposição, na Bahia

Fonte :Teixeira News Corpo de jovem encontrada morta no município de Caravelas é reconhecido no IML de Teixeira de Freitas Foi reconhecido formalmente nesta segunda-feira, dia 30 de maio, o corpo da jovem Jenifer Santos Matos de 16 anos. O mesmo foi encontrado por populares já em estado de decomposição, e sem nenhuma roupa, em uma área verde próxima a um cemitério em Rancho Alegre, povoado pertencente ao município de Caravelas. Além de fazer o reconhecimento do corpo, possibilitando assim a realização da necropsia, a família informou à sede da 8ª Coorpin, onde o caso foi registrado, que a menor residia na rua Portugal, bairro Vila Valdete, em Porto Seguro. Os parentes não informaram o que a adolescente estava fazendo em Rancho Alegre e apenas contaram que ficaram em estado de choque assim que souberam da morte. O corpo foi localizado já em estado de decomposição, o que dificultou o exame pra saber se a vítima havia sofrido alguma violência sexual. Após necropsia o corpo acabou se

Imagens fortes! Duas mulheres são mortas a golpes de facão em Altamira, no Pará

Homem mata duas mulheres a golpe de facão em Altamira, o crime foi na noite deste domingo (26), no RUC Laranjeiras e segundo testemunhas, o assassino das duas mulheres, ao deixar do local ainda saiu avisando a vizinhança, que tinha matado duas pessoas é que chamassem a polícia. Sabendo que havia uma criança de colo na residência, vizinhos correram desesperados para a casa, encontraram duas mulheres mortas, a criança estava deitada e dormindo em um berço. A PM e o IML foram acionados já por volta das 23h, a polícia militar já tem as características do assassino e trabalha para prendê-lo. O RUC Laranjeiras é um dos 5 reassentamentos urbanos coletivos, construídos pela Norte Energia, onde moram famílias que antes ocuparam áreas de baixões e pontos onde foram afetados pelo lago da usina de Belo Monte. Conforme as últimas informações, o acusado foi preso ainda no mesmo dia pela Polícia.  Por: Felype Adams

IMAGENS FORTES! Mulher grávida é morta e esquartejada em Manaus, Amazonas

Uma cena grotesca foi registrada hoje, domingo, 14, nas primeiras horas da manhã. O corpo de uma mulher foi encontrado esquartejado no bairro Alvorada, em Manaus, no Amazonas.  O corpo de uma mulher grávida foi encontrado dentro de sacos plásticos na manhã deste domingo, 14, no bairro Alvorada, em Manaus. Um morador foi quem fez o achado cadavérico e acionou a polícia. Ninguém soube informar a identidade da mulher. O corpo foi cortado em várias partes e possivelmente a vítima foi morta em outro lugar e seu corpo jogado no referido local.  Após a divulgação do homicídio a polícia conseguiu contatar familiares da jovem que confirmaram que a mesma estava grávida, no entanto não sabiam informar de quantos meses, se de 05 ou 06 meses. Eles também relataram aos investigadores da DEHS que a vítima era usuária de drogas e costumava passar dias fora de casa. A perícia criminal foi acionada para fazer a remoção do corpo e a polícia civil instaurou inquérito para investigar o homicídio.  ATE

No Maranhão, padrasto é acusado de matar a enteada de 10 anos e enterrar o corpo no quintal

Um crime bárbaro foi registrado em Paço do Lumiar, município do Maranhão. O padrasto é o único suspeito de ter abusado sexualmente de sua enteada de 10 anos, depois a matou e enterrou seu corpo no quintal onde a mesma morava.  O vizinho que encontrou o corpo da menina, contou que ao sentar na calçada de sua casa, na manhã desta quinta-feira, 03, sentiu um forte odor vindo da casa de Allana e que colou o nariz em dois sacos de lixo que estavam próximos e percebeu que o fedor não vinha de lá. Ao encostar numa cerca mais próxima do quintal, o odor aumentou, foi então que  pulou para o lado de dentro do quintal e começou a retirar pedaços de pedras e tijolos no local onde atraía muitas moscas e  logo percebeu os pés da menina. Ele disse que o corpo estava enterrado com sacos plásticos transparentes, mas que a cabeça da criança estava coberta com um saco preto. Ontem, a polícia confirmou que Robert Serejo Oliveira, o padrasto, que tem cópias das chaves da casa, embora separado da mãe de

IMAGENS FORTES! Ônibus tomba e mata sete pessoas na BR - 381, em Minas Gerais

Por  Noel Rodrigues   Acidente ocorreu em Brumadinho, na divisa com Igarapé, seguindo a Autopista Fernão Dias. Um ônibus tombou na BR-381 na manhã deste domingo (12), em Brumadinho, Minas Gerais. O acidente ocorreu no sentido São Paulo, por volta das 9h50, no limite com Igarapé. Socorristas estavam no local e ainda não havia informações oficiais sobre número de vítimas. Mas a estimativa é que pelo menos sete pessoas morreram. Entre as vítimas fatais está um bebê de nove meses, confirmado pelo Corpo de Bombeiros local. Outras duas pessoas sofreram amputações e uma delas foi conduzida pelo helicóptero da corporação para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. O motorista do ônibus também ficou ferido.  ATENÇÃO! IMAGENS FORTES!  ATENÇÃO: Por conter cenas muito fortes, optamos em remover o vídeo do acidente da nossa publicação. Informações preliminares citam que a propriedade do ônibus seria de um homem conhecido como Roque, da Viação Floresta, contudo, através de

IMAGEM FORTE! Mulher, cansada de ser espancada pelo marido, mata-o a machadadas, em Santa Luzia, no Pará

Um homicídio foi registrado na tarde desta sexta-feira, 09, no pequeno município do nordeste paraense Santa Luzia do Pará. Uma mulher matou a golpes de machado seu companheiro.  De acordo com informações dos policiais, foi a própria mulher quem compareceu à delegacia e informou que havia matado seu companheiro a golpes de machado porque estava cansada de ser espancada pelo mesmo.  Conforme o relato da mesma, nos últimos três dias ela foi espancada todos os dias por seu cônjuge. Mas o motivo maior que a fez tomar esta decisão é que ela está gestante e não viu outra forma de proteger seu bebê que traz na barriga. 

IMAGENS FORTES! Corpo de homem é encontrado em estado de decomposição no garimpo Patrocínio, no Pará

O corpo de um homem, identificado como Milcenir Pereira Ribeiro, foi encontrado sem vida na região do garimpo Patrocínio. De acordo com informações, o achado foi próximo a um barraco coberto de lona, na tarde desta segunda-feira, 22. O escrivão Haroldo Macedo informou que tomou conhecimento do fato através de uma guarnição da Polícia Militar e que o corpo já  estava em estado de decomposição. As suspeitas são de que já estava há pelo menos dois dias no local.  O corpo também apresentava sinais de perfurações de arma tipo faca. Uma equipe de peritos da cidade Itaituba foi enviada para fazer a remoção e posteriormente a necropsia.  *Com informações de: http://plantao24horasnews.com.br